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sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Ah os poetas...

... estes tem um dom sobre mim, sobrenatural. Visito as estrelas, aceito casamento com os anéis de saturno, aprendi a morrer e viver mais de uma vez, e vou ainda muito além. 

Sem nenhum toque, aroma ou sabor, consigo sentir o gosto das cores, são tantos sabores. 

Parada, vezes até de olhos fechados, caminho estradas poucos percorridas pelos desatentos. Pasmem, nunca me perco!

Num estalar de dedos, aqui estou renovada em resplendor, lá se foi mais um disco voador.  

Segredos batidos em vitaminas, são aspirinas a minha dor, sem codinome, mas com asas de beija-flor.

Guardados num cofre, aprendi quem são meus pais, bastou sentir a queda do quinto andar para não deixar que meu filho sofra mais

Tacando fogo na estante com a bebida escondida, atendo a visita que se intriga, tanto fogo lá fora e minha boca torta dando risada.

Só os poetas, só eles sabem o que é isso, faz graça, nem bota fé em tudo que digo. Vou na deles. Sigo! Insisto! Consigo!



Desfragmento Papiro séc. XX n. 70
Beatriz Cavalcante Galvão

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