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terça-feira, 7 de junho de 2016

Amor [?] Por-No-Gráfico

O que é isso que a gente sente quando se esta apaixonado? É um frio na barriga, arrepios na espinha, os pensamentos desarrumados; tudo tão confuso, gostoso e por vezes perigoso. Pior, a resposta não esta no dicionario.

Os mais velhos alertam: Cuidado! Você esta apaixonado! Em contrapartida, os amigos incentivam, fazem apostas, aguçando-te a fazer o que iria fazer, mesmo sendo contrariado. É coisa de outro mundo! Você quer e tem que saber a tal resposta misteriosa desse sentimento que não para de aumentar, mas os miolos fritam seu juízo, não o deixando raciocinar.

Na busca incensante de intender o que não se vê, você continuar a questionar, sai por ai, fugindo do que não se sabe o quê, quando de repente se depara com aquela pessoa, única a te deixar emudecido, sem ar! Sua pernas tremem, os olhos vidram naquela bela imagem, você só pensa em beijar, abraçar, morder, esquece competentemente o que faz nesse lugar.

Como magia, os sentimentos se encontram, as anatomias resolvem se mostrar, entre tantos suspiros e ais, a paixão se torna dona da situação e o amor busca firme um lugar. Os corações palpitantes os obrigam a se encontrarem, mais, mais, mais e mais, até ficarem sem saber onde um começa e o outro termina se não se amarem.

Passa-se o tempo, ainda sem resposta, mas feliz por viver cada instante desse sentimento, você preenche com livros de versos e poesias todos os cantos da sua estante. O seu amor emoldura guardanapos com desenhos de corações e flores, sempre assinando em nome do amor e juras de eterno apaixonado.

Entrelaçados e abençoados pelo "sim", já se foram anos de casados. O amor já não é o mesmo do passado, as unhas já não arranham, os puxões de cabelo são mais cautelosos, mas o beijo, ah o beijo, deixa claro que o amor encontrou mesmo o seu lugar.

Entre tarefas e obrigações do dia-a-dia, vocês nunca deixam de conversar, entre risos e sarros de quem mais parecia abobados quando apaixonados, o beijo vem para apaziguar. Olhando para trás você se conforma e deixa de questionar, começa a entender que o amor não se pode explicar.

Entende finalmente as aflições rabiscadas dos poetas, as pinturas penduradas dos artistas, as formas modeladas, costuradas dos artesões, as danças dos calejados bailarinos, as musicas viajantes do espaço no compasso das vozes e instrumentos de todos os apaixonados.

É, o amor tem as formas e repostas do seu enamorado, este escolhido pelo coração, embora sem domínio de nenhuma razão, é quem dá o sentido de como se viver feliz, sem se preocupar, com formulas mágicas, nem reduzir a gráfico coisas do coração, a não ser quando o amor desejar por-no-gráfico a paixão.
Desfragmento Papiro séc. XXI n. 92
________Beatriz Cavalcante Galvão