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segunda-feira, 8 de junho de 2015

Vivo sangue de vinho

Degustando um bom vinho me pego a questionar. 
Pudera algo ser tão influítivo¹ como essa bebida?
Gosto do futurismo onde o absinto me leva,
Das aventuras arriscadas do steinhäger,
Das risadas das cervejas e do respeito da cachaça,
Esta eu só dou pequenos beijos.
O vinho, ah o vinho, estranho caso de amor que lhe tenho, 
As vezes não te respeito como deveria e te jogo num como qualquer,
Mas você como um amante de valor,
Se entrega a mim sem nenhum rancor.
Estranho eu te conhecer melhor, agora sei de todo seu sofrimento.
Me lembra histórias dos grandes amores, muitas deu origem à guerra, outras acabaram na fogueira, 
E todas outras celebram o corpo do salvador!
É, você é assim, não poderia ser diferente,
Sua vida depende da morte de sua semente,
Sua fruta é violentamente esmagada nos pés de quem te venerá,
Ai esta seu mistério,
Ainda amassado, fermentado e aprisoando, você vem vivo,
Renovado e feliz, como quem diz:
_Ainda que há sofrimento no meu morrer, 
Tenho a oportunidade de renascer,
E deste destino glorioso a que fui resignado,
Entrego a todos pisoteados como eu, ou por amor, e vida sem fim,
A alegria da marca do meu sangue
Como sendo a marca de um beijo
Qual contempla o teu existir.


Desfragmento Papiro séc. XXI n. 48
(Beatriz CC Galvão)

¹Influítivo: Influenciar o instinto. Usei do neologismo para dar sentido vivo ao poema. 
Salute!! 


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