O poeta é solitário em seu recinto
Põe-se a pensar no meio da multidão
Tal qual são as vozes que geram alaridos
E acende o mundo sentido da escuridão
Vários sentimentos que querem se tocar
Barcos e velas, sons do vento a enaltecer
Cantam vários verbos que ligam a rimar
Contos que um velho se pôs a contar
Dias que a natureza se esbalda a inspirar
Sintomas da paixão que chegam de vagar
Rostos esquecidos, fácil de lembrar
Corações endurecidos por um silenciar
O Poeta então se mistura na imensidão
Que as vozes dizem para ele ouvir
Ele vais por trás dos muros escondidos
Que só seus olhos podem ver e sentir
São decifrados sentimentos ocultos
dos mais simples aos mais complexos
Tudo fica traduzido num papel branco
Que só o poeta entende os seus anexos
Nada é tão confuso aos seus olhos
Nada é difícil ao seu sentir
Ele sabe usar palavras tão bonitas
Que traduz o passado ao porvir
Tantas coisas ele pensa escrevendo
Das verdades contidas na sua essência
Num sentido figurado ele transcreve
A qual desmanchadas na experiência
O Poeta não vive calado em si
Ele fala com as letras ao mundo
Sobre tudo e todos que existem
Desse universo fecundo
Por: Gisele Regina
Desfragmento Papiro séc. XXI n. 60
(Beatriz CC Galvão)
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